ANÁLISE DE 1.230 PRONTUÁRIOS DE ADOLESCENTES MATRICULADOS NA
CASA DO ADOLESCENTE NO ANO DE 1998.
DE CANTONE, A.D.; TAKIUTI, A.D.; MONTELEONE, M.L.;TAMBELLI, P.P.; MARTELLI, F.P.
CASA DO ADOLESCENTE SECRETARIA DA SAÚDE DO ESTADO DE SÃO PAULO – BRASIL.
Introdução: A Casa do Adolescente é um serviço de utilidade pública da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, onde se desenvolve o Programa de Atendimento à Saúde do Adolescente por uma equipe de profissionais composta por médicos, psicólogas, odontologista, fonoaudiólogas, dentre outros, que visa, num trabalho integralizado, realizar assistência, diagnóstico e tratamento das patologias consultadas, a adolescentes de 10 a 20 anos, de ambos os sexos, assim como promover grupos de orientação, informação, dança e terapêuticos, objetivando melhorar a qualidade de vida do adolescente e de seus familiares.
Objetivo: Visamos investigar o perfil social e os motivos pelos quais os adolescentes buscaram o Programa, destacando a importância do atendimento à saúde integral do adolescente.
Método: Foi utilizado o protocolo de registro de matrícula dos adolescentes e analisados 1230 prontuários.
Resultados: 1.230 matrículas, sendo 66,5% (818) do sexo feminino e 33,5% (412) do sexo masculino, sendo 92,8% (1.142) solteiros, 3% (36) casados, 1,8% (22) em união consensual e 2,4% (30) não quiseram responder à questão. Após a entrevista inicial de matrícula, os adolescentes foram encaminhados para: 34% (418) Clínica Geral, 28% (344) Ginecologia, 11,8% (145) Psicologia, 4,9% (60) Odontologia, 4,6% (57) Neurologia, 9,6% (118) outras especialidades e 7,1% (88) não tiveram queixas.
Conclusão: A Casa do Adolescente contribui para a melhoria da qualidade de vida do adolescente na medida em que um trabalho integralizado realizado por equipe de profissionais promove, previne, cuida e reabilita a saúde do adolescente em seus aspectos físico, psíquico e social.
AUTO-ESTIMA E AUTO-IMAGEM E SUAS IMPLICAÇÕES NA ADOLESCÊNCIA.
DE CANTONE, A.D.; TAKIUTI, A. CASA DO ADOLESCENTE SECRETARIA DA SAÚDE DO ESTADO DE SÃO PAULO
O adolescente, ao passar por uma fase de transição onde mudanças físicas, psicológicas e sociais estão ocorrendo, necessita compartilhar as suas inquietudes. O auto-conceito do adolescente é bastante influenciado pelas mudanças corporais e pelas expectativas sociais do mesmo. Esta pesquisa objetivou investigar e avaliar a importância da auto-estima e da auto-imagem na qualidade de vida dos adolescentes. Foi realizada com 15 adolescentes, de ambos os sexos. A faixa etária variou de 12 a 20 anos. As queixas apresentadas foram: drogadição, anorexia, violência familiar, depressão, tentativa de suicídio, obesidade, timidez, dificuldades escolares, dentre outras. Utilizou-se entrevistas, atendimentos psicoterapêuticos semanais e atendimentos à família. Constatamos um rebaixamento dos conceitos de auto-estima e auto-imagem que, associados com as queixas, traziam prejuízo da qualidade de vida em relação às suas mudanças físicas, psicológicas e/ou sociais. Num trabalho psicoterapêutico, ao compartilharem suas dificuldades, puderam firmar a sua busca natural de identidade e independência, tendo uma melhora significativa na qualidade de vida.
Concluímos a importância do trabalho de promoção da auto-estima e auto-imagem na adolescência em função da prevenção primordial na medida em que promoveu fatores positivos de proteção, desenvolvendo ações direcionadas à eliminação ou anulação dos fatores de risco e seus efeitos nocivos. Ao compreendermos a diferença que existe em prevenir a doença e favorecer o desenvolvimento humano, que, secundariamente, significará uma redução de doenças, estaremos num outro acontecer do setor da saúde.
GRUPOS TERAPÊUTICOS COM ACOMPANHANTES DE ADOLESCENTES EM AMBULATÓRIO HOSPITALAR – PREVENÇÃO PRIMORDIAL.
DE CANTONE, A.D. – AMBULATÓRIO DE GINECOLOGIA DA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS, DA FMUSP – PROGRAMA DE ATENDIMENTO À SAÚDE INTEGRAL DO ADOLESCENTE DO ESTADO DE SÃO PAULO.
As técnicas grupais são largamente empregadas como recurso terapêutico no atendimento aos pacientes. Menos freqüente, é o seu emprego aos acompanhantes nos Ambulatórios de Hospital Geral O objetivo deste trabalho foi, num primeiro momento, esclarecer, orientar e informar sobre o serviço de atendimento realizado neste programa e, num segundo, proporcionar um espaço onde pudessem expressar seus sentimentos e suas emoções, acolhendo e promovendo a elaboração dos conteúdos afetivos emergidos no grupo, visando o desenvolvimento humano como um todo.
A pesquisa foi realizada durante o período de abril/97 a junho/98, numa amostra aleatória com 90 acompanhantes de ambos os sexos, perfazendo 15 grupos. O espaço utilizado foram salas de atendimento médico/ginecológico do ambulatório. A faixa etária variou de 11 a 71 anos. Os temas abordados emergiram do próprio grupo. Foram utilizados protocolos para investigar o perfil social, vínculo com a adolescente, projeto de vida e o que significou a experiência de ter participado do grupo.
Constatamos que as adolescentes foram acompanhadas por mães (44,5%), amigas (14,5%), irmãos (7,8%), primos (7,8%), namorados (7,8%), maridos (4,4%), companheiros (4,4%), pais (3,3%), tios (2,2%), madrasta (1,1%), ex-marido (1,1%), vigilante (1,1%) Dentre as mães, 22,5% eram solteiras. Verificamos também que 45% das mães gostariam de voltar a estudar e 10%, de cursar Universidade, tendo já definido um projeto de vida. Na sua grande maioria, os temas abordados referiram-se à dificuldades pessoais.
Concluímos que o trabalho realizado com grupos terapêuticos de acompanhantes de adolescentes em ambulatório hospitalar funcionou como método eficaz de informação, orientação e, sobretudo, de acolhimento, na medida em que ofereceu espaço de suporte onde puderam ser ouvidos, trocar experiências e incorporar conhecimentos, contribuindo, dessa forma, para a prevenção primordial, visto que funcionou como holding às mais diversas dificuldades situacionais dos seus participantes, apoiando e promovendo o desenvolvimento humano como um todo.